terça-feira, 9 de junho de 2015

String a bow, strain a bow (encordar, retesar)


Se demora uma ação para puxar a corda do arco, eu só posso atacar de arco um turno sim um turno não?
Tipo; 1º turno: Armar o arco; 2º turno: Atirar; 3º turno: Armar o arco...assim por diante

Na verdade já vi esse tipo de confusão acontecer em diversos sistemas. Uma tradução literal de string ou strain não ajuda a clarificar também.

A pagina 85 do livro lista “string a bow for use” como uma ação complexa. Bonito e generoso, isso poderia demorar muito mais. A tradução para o português sábiamente usou a palavra “encordar” para traduzir “string”, esse é um termo adequado ao arqueirismo e é exatamente essa a ideia.


A maioria dos jogadores de RPG imagina seus personagens como o Legolas, os arcos sempre prontos, encordados, e se bobiar ate pendurados no corpo pela própria corda. Acontece que na verdade a maioria dos arcos não são guardados assim, ou não devem permanecer assim por muito tempo se não estiverem sendo usados. Isso deixa a estrutura sob pressão e compromete o arco.

Alguns arcos, como o recurvo, podem passar mais tempo que outros  encordados mas, no geral, os arcos “medievais” de jogos de RPG supostamente não deveriam ficar o tempo todo encordados.

Então, antes de usar o arco um personagem demora uma ação complexa para prepara-lo, colocar e fixar adequadamente a corda em ambas as extremidades. Ou seja, passa uma ação complexa stringing the bow.

Depois disso a cada disparo é necessário colocar uma flecha e strain the bow, ou seja, retesar o arco, tensiona-lo para então disparar. Isso faz parte do ataque.
Então, depois de encordar o arco, o arqueiro pode atirar todo turno normalmente.

E já que estamos no assunto, o Kyūdō japonês usa um tipo de "puxada" (draw), conhecida como torikake ou thumb draw, ela prevê o uso de luvas que protejam o dedão e mais três ou quatro dedos, dependendo do estilo.  A corda é totalmente envolvida pelo dedão e demais dedos no inicio da puxada. O arco de kyūdō é retesado de forma bastante longa e a mão do arqueiro pode ficar vários centímetros para trás da orelha.

Foto por Arita Kyudojo