sábado, 30 de julho de 2016

Crossbow ou Oyumi



Segundo Imperial Archives, o Oyumi foi "originalmente concebido pelos engenheiros Kaiu como uma massiva arma de cerco, utilizada para arremessar lanças contra seus inimigos das shadowlands. Eventualmente versões em escala menor foram desenvolvidas, mas os Rokuganis as acharam brutas e sem a maestria e beleza do arco, rejeitando então as bestas."(p.98)


Essa explicação é absolutamente intragável considerando que o orgulho de todo Caranguejo que eu conheço é ser pragmático, se importar mai com as coisas práticas do que com as estéticas. Então, não faz o menor sentido eles abrirem mão daquela que é, potencialmente, a melhor arma para defender uma muralha só porque ela é "bruta".

Existe evidência do uso do crossbow na Asia continental (China e arredores) desde o século 6o AC. E definitivamente existiam bestas sendo usadas militarmente na China no século 4o AC. As bestas () e bestas de repetição (Chu-ko-nu) foram, por muito tempo, o que majoritariamente se usava no topo da Muralha da China (e não tetsubos, você não quer descer do seu forte para ir bater no inimigo, não é esperto e não é prático. Só o Hida quer isso).


Não é uma arma samurai, não tem a tradição ou a filosofia do kenjutsu ou do kyujutsu mas sua eficiência deveria conquistar aqueles que são verdadeiramente práticos. Até por ser uma arma mais fácil de se manusear do que o arco. Seus virotes não tem a mesma variedade do que que as flechas de um arco, entretanto. Ashigarus do Caranguejo podem receber algum treinamento com o Oyumi, tornando-se minimamente uteis na Muralha. A arma não é muito bem vista em outras terras, por ser relativamente fácil de ocultar, dado seu tamanho reduzido em relação ao yumi, e sua facilidade de uso ela caiu no gosto dos bandidos, de forma que seu porte  é visto de forma negativa fora das terras do Caranguejo.

Evidentemente, no undo real existiu uma grande variedade de bestas, estamos incorporando uma ao jogo e não me parece haver necessidade de mais que isso no momento.

Enquanto eu demorava anos para ajustar esse post, a AEG publicou regras para o Oyumi no Imperial Archives, p.98-99.

Segundo o Imperial Archives:

Crossbow
Keywords: Medium, Peasant
DR: 4k2
Range: 150’
Special Rule: Reloading a crossbow requires two Complex Actions. 
Price: 5 koku
Note: A crossbow relies on its own mechanical force to deliver damage, and thus does not add the wielder’s Strength to its DR.

A Skill para se utilizar a besta se chama Crossbow(Agillity). No rank 5 o mastery permite recarregar a arma em apenas uma Ação Complexa. 


A versão que eu proponho:

Besta
Keyword: Small, Peasant
DR: 3k2
Range: 150’
Special Rule: Recarregar uma besta requer duas Ações Complexas. A besta é tão simples de se manusear que qualquer atirador rapidamente se familiariza a arma, recebendo um bônus de +1k0 nas rolagens de ataque, essas rolagens sempre são tratadas como treinadas.
Price: 8 koku
Note: A força da besta esta em sua mecânica, portanto a força do atirador não é adicionada a DR da arma.

Por que essas mudanças?  
No mundo real o arco é uma arma melhor que a besta, entretanto a besta é uma arma muito fácil de ser manuseada, fácil de mirar e rápida de se treinar. Enquanto produzir um bom arqueiro requer anos de treinamento, produz-se um atirador de besta razoável em poucos meses. Da mesma forma, um personagem inicial facilmente se sairia melhor com a besta do que com o arco. Ela é uma arma feita para quem não tem tempo de se dedicar a uma arte zen como o kyujutsu. Por outro lado, com alguma progressão o personagem treinado no arco se torna apto a feitos que a besta jamais permitira.

Eu tentei transportar essa facilidade para Rokugan através do especial da arma, adicionando o bônus na rolagem de ataque.

Por outro lado, a besta não poderia se tornar um 'canhão de mão'. Assim como no mundo real, bons atiradores frequentemente tem duas bestas, e um servo que recarrega a arma para eles, de forma que eles conseguem, se bem assistidos, atirar todo turno. Bons jogadores vão pensar nisso e conseguir um ou mais servos. Largar uma besta e receber outra em mãos me parece uma ação simples e torna possível atirar todo turno, eliminando uma das maiores desvantagens da besta em relação ao arco. 

Novamente, enquanto um personagem inicial, de força 2, causa 2k2 de dano com o arco, o mesmo causa 3k2 com a besta (+ possíveis raises, uma vez que a besta é mais fácil de usar), mas essa vantagem se dissolve a medida que o arqueiro se torna apto a aplicar sua força no yumi, indo para 5k2.
Por que não manter o dano em 4k2? Primeiro, por que eu também reduzi o tamanho da arma de forma que ela se torne relativamente ocultável, manobrável, e fácil de ser carregada. Segundo, por que bons engenheiros terão a oportunidade de fazer bestas de maior qualidade e estas, possivelmente alcançarão DRs de 4k2 ou 5k2.

PS: Oyumi, do japones, seria algo como "grande yumi". Se refere a arma de cerco, não se tratava de uma arma de mão. Não existe nenhum remanescente dessa arma conhecido hoje em dia. Eu acredito que não seja a palavra mais adequada para a besta mas eu mantive por ter sido a escolhida nos livros de L5R.

Criação de Personagem

Como montar sua ficha de L5R?

Você pode baixar sua ficha em português aqui.
Ou em inglês, aqui.

Na página 99 do livro básico começam as instruções para criação de personagem. A partir das página 102 tem-se todos os detalhes para montagem de ficha, como resumimos a seguir:

Primeiro existe uma coisa básica que se deve saber antes de começar a ficha:  todos personagens possuem Cinco Anéis. Cada anel representa um aspecto das habilidades mentais e físicas da personagem.

Ar: Reflexos e Astúcia
Terra: Vigor e Vontade
Fogo: Agilidade e Inteligência
Água: Força e Percepção
Vazio: Vazio não possui atributos, ele representa ao mesmo tempo a capacidade de concentração e o foco do personagem. Esses pontos de void podem ser gastos e recuperados ao longo do jogo para vários propósitos. 

Todos os anéis começam com 2. Quando um dos atributos que o compõe aumenta, o anel permanece igual ao valor do menor dos atributos. Por exemplo, se um personagem tem Agilidade 4 e Inteligência 2, seu anel de fogo sera 2. Se esse personagem subir sua inteligência para 3, o anel se tornaria 3 também.

Com todos esses atributos preenchidos em 2, você deve escolher um clã para o seu personagem. Anote na parte superior da ficha, no espaço reservado para isso. Depois deve escolher uma família dese clã para o seu personagem. As famílias tem, cada uma, suas tradições e hereditariedades e isso se traduz em um bônus em algum atributo. Um samurai da família Doji, por exemplo, ganha +1 de Astúcia, enquanto um samurai da família Mirumoto ganha +1 de Agilidade.

Depois você deve escolher o papel do seu samurai na sociedade Rokugani; Ele é um Bushi (Guerreiro), um Cortesão (Político), Shugenja (Clérigo), Ninja (ninjas não existem) ou Monge? Lembrando que existem dosi tipos de monge, os monge que são samurais, como os treinados pela família Togashi, os Henshin ou os Witch Hunter da família Kuni, e os Monges das Irmandades, que não são samurais e estão a baixo dos mesmo na Ordem Celestial.
Você pode escolher qualquer escola de qualquer família do seu clã. Se você escolheu a família Mirumoto você pode pegar a escola Togashi dos Monges tatuados sem pagar pontos extra por isso. No entanto, se seu personagem é algum tipo raro de intercambisca, e você escolheu a família Matsu mas quer a escola de Shugenjas Isawa, você vai precisar de uma vantagem chamada Escola Diferente, afinal existe um grande esforco político para que alguém seja treinado fora do clã.
Cada Escola, devido aos modos de treinamento, também acarreta em um bônus para seus estudantes. No exemplo da escola Mirumoto Bushi, +1 de Vigor, que deve ser somado ao 2 que já estava na ficha inicialmente.

Cada escola ensina Sete ranks de perícias, que a não ser que especificadamente notadas, começam com rank 1. Várias escolas, ainda, permitem um certo grau de flexibilidade, deixando uma ou mais perícias a escolha do jogador (dentro de alguns limites, como qualquer Lore, qualquer perícia de armas) que representam a diversidade existente em vários dojos. Obviamente, tal perícia não pode ser uma já pré-definida pela escola. Escreva todas estas perícias em sua ficha no local correto, e marque a bolinha a seu lado para mostrar que elas são as perícias provindas de sua escola. O Mirumoto Bushi acima, portanto, começaria com as perícias: Defence, Iaijutsu, Kenjutsu, Lore: Shugenja, Lore: Theology, Meditation, e uma a escolha do jogador.

Anote na ficha sua honra inicial, também listada na sua escola.

Anote os seus equipamentos e técnicas, eles estão listados na sua escola.

Se for shugenja, escolha suas magias de acordo com as indicações da escola.

Agora chegou a hora de customizar seu personagem. Personagem inicias tem 40 pontos de experiência livres para gastar como desejarem, seguindo as seguintes regras:

-Um personagem pode aumentar um atributo do anel pagando um número de pontos de experiência igual ao próximo nível vezes 4. Portanto, para aumentar Reflexos de 2 para 3, custaria 12 pontos.

-Como Vazio não tem atributos por si só, ele pode ser aumentado de uma vez só, porém, é mais caro pois ele contribui diretamente ao Insight (sabedoria, na ficha em português). Aumentar o Vazio custa seis vezes no novo nível. Portanto, subir Vazio de 2 para 3 custaria 18 pontos de experiência.

-Perícias podem ser compradas com um número de pontos de experiência igual ao próximo nível. Comprar uma perícia que o personagem não possua, custa 1 ponto; para subir uma perícia de 2 para 3 custaria 3 pontos. Além disso, por 2 pontos de experiência, pode ser comprada uma nova enfase na perícia.

-Vantagens podem ser compradas pelo valor listado em sua descrição. Uma vantagem de 3 pontos custa 3 pontos. Desvantagens funcionam de maneira similar, entretanto você recebe pontos adicionais com elas. Um personagem pode receber no máximo de 10 pontos oriundos de desvantagem (ele pode ter mais do que isso se quiser, mas não ganha mais que 10 pontos). Por exemplo, um personagem que compre 4 pontos em desvantagens, terá agora 44 pontos para gastar no resto. Dependendo do Clã ou do Descritor de sua escola, vantagens podem ser mais baratas, e desvantagens valerem mais, dependendo do 'estereotipo' que o clã, escola, ou tipo de personagem seja.

-É recomendável que um personagem inicial tenha no máximo 15 pontos em vantagens (regra alternativa, p.149), verifique com o seu GM sobre isso.

-Quando gastando os pontos de experiência, lembre-se que nenhum atributo ou perícia inicial pode ser maior que 4.

Preencha seus níveis de vitalidade. O primeiro nível, saudável, equivale ao seu anel terra x5. Os níveis seguintes devem ser preenchidos com terra x2. Um personagem de terra 2 tem 38 pontos de vida, distribuídos ao longo dos níveis de vitalidade, sendo 10 no primeiro nível e 4 em cada um dos demais.

Calcule o seu Insight (argh, Sabedoria). para fazer isso basta somar todos os seus anéis e multiplicar por 10. Depois some a isso o valor total de todas as suas pericias (skills).
Se estiver usando as Mastery Abilities lembre-se que algumas pericias, como Corte ou Etiqueta, dão bônus no Insight em alguns níveis, isso deve ser somado também.

Um personagem inicial será certamente de rank 1, o significa que ele tem acesso apenas a técnica de rank 1 da sua escola. Recalcule seu Insight conforme gastar XP e verifique seu Insight Rank de acordo com a tabela a baixo:

                         Insight                 Insight Rank                   
0 - 150                           1
151-175                          2
176-200                          3
201-225                          4
226-250                          5


Se no seu equipamento de escola você receber um Traveling pack (Kit de Viagens) você deve escolher dez itens dentre aqueles listados na página 207 do livro básico.

domingo, 17 de julho de 2016

NPC Random Fluffy Generator

As vezes um NPC não planejado é necessário e você precisa dar uma "vida" a mais para ele. As vezes você esta com preguiça de fazer um background mas o GM insiste que quer porque quer. As vezes você só precisa de uma ideia qualquer para iniciar o processo criativo.

Para esses momentos existe o NPC Fluffly Generator, com versões on-line e off-line.

Lógico que não é perfeito e eu particularmente desaprovo os cabelos coloridos, mas ainda assim é uma ferramenta simples que pode ser uma mão na roda em momentos de desespero.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Daidoji Iron Warrior School

Eu tinha refeito alguns detalhes da versão da 1ª edição dessa escola. Ver ela na 4ª edição, assim como ver a manobra Guarda, foi surpreendente porque eram coisas que eu sentia falta no jogo original e que saíram muito parecidas com as que eu tinha feito anos atrás. Em geral eu gostei das coisas novas mas, como já mencionei nas outras escolas, eu não gosto de técnicas ativadas com void nem de restrições de postura, estou tirando essas coisas, como tirei das outras escolas. Algumas restrições foram substituídas, afinal de contas, ninguém quer um Daidoji rank 5 agindo 17 vezes se for atacado 17 vezes por turno.
O equipamento volta a ser o do 1ª edição, porque ele é muito mais coerente (e eu não entendo porque existem bushis sem arco, especialmente os que tem Kyujutsu como skill obrigatória de escola).

Daidoji Iron Warrior [Bushi]
Benefício: +1 Agilidade
Habilidades: Batalha, Defesa 2, Iaijutsu, Kenjutsu (Katana), Kyujutsu, uma habilidade qualquer.
Honra: 6.5
Equipamento: Armadura leve ou pesada, roupas reforçadas, Daisho, Yumi, quaisquer duas armas, Rokugani Pony, 10Koku


Rank 1: The Force of Honor
The Iron Warrior serves as the shield of his clan, defending the honor and homes of the Crane. You gain a bonus of your Honor Rank (rounded down) minus 4 to your Wounds at each Wound Rank, to a minimum bonus of one. (Thus at Honor Rank 6.5, you gain a bonus of 2 Wounds to each Wound Rank.) Additionally, you gain a bonus of +1k0 to the total of all attack rolls  while in the Attack Stance. using a school skill.
At the first Rank, the Daidoji bushi uses his Honor Rank, rather than his Earth Ring, to figure his wound level. Round all fractions down.
O Guerreiro de Ferro serve como o escudo de seu clã, defendendo a honra e as casas da Garça. O bushi ganha um bônus igual ao seu rank de honra menos 4 (arredondado para baixo) nos ferimentos em cada nível de ferimento, com um bonus minimo de um. (Ou seja, com honra 6.5, você ganha um bônus de 2 ferimentos em cada nível de ferimento). Adicionalmente este bushi ganha um bônus de +1k0 nos testes de ataque quando estiver usando uma skill na qual foi treinado pela sua escola.

Rank 2: The Shield of Faith
The Iron Warrior truly believes that his work serves a higher purpose. When you perform the Guard Maneuver, the benefits last for an additional Round. Additionally, the Armor TN bonus of the Guard Maneuver is increased by 5. (This bonus applies to both your Armor TN and your target's Armor TN - thus, you suffer not TN penalty when Guarding, and your target gains a bonus of +15 to his Armor TN instead of +10.)
At this Rank, if the bushi chooses Full Defense, they automatically gain the highest (fastest) initiative in the combat round following the round in which they declared a Full Defense. The bushi does not need to roll, and this overrides any other initiative ability.
O Guerreiro de Ferro realmente acredita que seu trabalho serve um propósito mais. Quando você realizar a manobra Guarda, seus benefícios duram um round a mais. Adicionalmente, o TN de Armadura da manobra guarda é aumentado em 5 + ½ da sua skill Defesa. (Esse bônus se aplica a ambas, sua TN de Armadura e a TN de armadura do seu protegido - portanto você não sofre penalidades quando protegendo alguém e o seu protegido ganha um bônus de +15 ao invés de +10, ambos ganham +½ da skill Defesa do bushi).

Rank 3: Strike Beneath the Veil
The Daidoji is an intractable foe, devastating to face under any circumstances. You may make melee attacks as a Simple Action instead of a Complex Action. while in the Attack Stance.
The bushi can use his opponent's armor rank against him, forcing their opponent to move against the constrictions of tightly laced do-maru and restricted peripheral vision. The bushi dodges and moves in ways which force his opponent to work against the restrictions of his own armor. The bushi's own TN to be hit is increased by half the value of his opponent's armor.
O Daidoji é um oponente irascível, devastador de se enfrentar em qualquer circunstancia. Você pode fazer ataques corpo-a-corpo em uma ação simples, ao invés de uma ação complexa.

Rank 4: Vigilance of Mind
The Iron Warrior is always on the lookout for dangers. You may spend a Void Point during the Reactions Stage to target an opponent who has attempted to strike at either you or the target of your Guard Maneuver during the Round. You gain a bonus of +2k1 to the total of all attack and damge rolls against that opponent during your next action.
At this Rank, the bushi has gained the ability to pierce his opponent's defenses to such an extent that he may make two attacks per round.
O Guerreiro de Ferro esta sempre atento para perigos. Se você escolher um oponente que atacado a você ou ao seu protegido no round, você ganha um bônus de +2k1 no total de todos os ataques e dano rolados contra esse oponente na sua ação.

Rank 5: To Tread on the Sword
When the Iron Warrior fights to protect his charge, he will continue on long after others would perish. You may spend two Void Points You may act as a instantaneous Action when someone declares an action against the target of your Guard Maneuver. You become the target of the action instead (if it would be a legal action - GM's discretion in questionable instances), you can roll Defense/Intelligence versus your opponent attack, if successful you only receive half of the damage rolled. You also gain one Free Action that you may use immediately for the sole purpose of moving toward the target of your Guard Maneuver. If you cannot reach your target, this Technique has no effect. You can use this effect up to your water ring times per encounter.
The bushi at this Rank has learned how to use his opponent's school against him. If the bushi faces an opponent whose school technique he has previously seen, the Bodyguard may choose to spend Void equal to his opponent's School Rank. If he does so, the opponent may not use any of their special school abilities that round.
Quando o Guerreiro de Ferro luta para defender seu protegido ele vai perseverar onde outros teriam falhado. Você pode agir instantaneamente quando um ataque contra o alvo da sua manobra Guarda for declarado. Você se torna o alvo dessa ataque (se for uma ação legal - fica a cargo do GM em situações questionáveis), você pode rolar Defesa/Inteligencia contra o ataque do seu oponente, se for bem sucedido você recebe apenas metade do dano rolado. Você também ganha uma Ação Livre que deve ser usada imediatamente para o proposito de mover-se na direção do alvo da sua manobra Guarda. Se você não conseguir alcançar seu alvo essa técnica não tem efeito. Você pode usar essa técnica um número de vezes igual ao seu anel água por encontro.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

The couple

Era começo de inverno em Shinden Asahina, o vento gélido cruzava a cidade deixando as ruas desertas,  o jardim sem flores, tudo aumentava uma inegável sensação de solidão. Mesmo os heimins que eventualmente transitavam pela casa pareciam mais silenciosos que o normal quando ela deixou o local.

Após alguma caminhada Yukimi ajoelhou diante da pedra de sepultamento devotando-lhe um longo cumprimento.  Três hastes de incenso são acesas. As mãos brancas, de unhas claras e levemente arredondas vão tirando da cesta diversos presentes. Chá, arroz, legumes, ovos e vários peixes são servidos em cerâmicas refinadas diante da pedra. Enquanto o vento espalha o aroma pelo local sagrado o verdadeiro sabor é das memórias, de incontáveis refeições silenciosas que dividiram exatamente assim, frente a frente.

Essas visitas costumam ser todas iguais, quase uma continuação dos anos de palavras breves, mas sempre houve ao menos uma presença envolta em toda esse silencio, enquanto agora havia apenas saudade. Dessa vez, por algum motivo, ela começou a falar. Tinha a voz baixa de sempre, os olhos também:

Eu me lembro do dia em que conheci Daidoji-sama, eu estava caminhando perto de Kyuden Seppun, eu era responsável pela delegação da Garça na corte que acontecia ali enquanto uma guerra tentava retomar Otosan Uchi. Minha família estava preocupada e eu tinha recebido uma carta. Provavelmente a carta mais feliz da minha vida. Minha mãe me dizia sobre os arranjos que foram feitos para o meu casamento, me contou detalhadamente sobre a família de Daidoji-sama, e finalmente sobre o próprio Daidoji Yori-sama, eram palavras comedidas mas cheias de esperança e muito verdadeiras, eu me apaixonei por elas. Eu li a carta tantas vezes aquela noite que no dia seguinte, enquanto caminhava, eu podia lembra-la quase que completamente.
Então um bushi apressado veio na minha direção, foi bem fácil reconhecer a armadura em cores da Garça, impecável. Ele me cumprimentou com o devido respeito, eu retribuí. Quando ele começou a falar eu achei a voz bonita, eu tive a sorte de ouvi-lo cantar algumas poucas vezes nos anos depois disso. depois do nome eu sabia que estava diante do noivo, Daidoji-sama. Talvez eu tenha sido deseducada mas não pude evitar de erguer os olhos, Daidoji-sama tinha um ar severo mas era exatamente como a carta dizia. Por formalidade me apresentei de volta, devo ter soado arrogante com todos os títulos que carregava na época, na verdade eles eram pesados, eu achei que teria alguma ajuda para lidar com todas as decisões e vidas ali. Daidoji-sama voltou a falar, sobre como a situação era tensa na corte e no fronte e não era tempo para casamentos, não foi difícil perceber que, ao contrário de mim, Daidoji-sama estava extremamente desapontado com a situação e com o que havia lido na carta que recebeu naquela manhã. Eu fiquei com vergonha, vergonha do quão feliz eu estava, do quanto eu havia entesourado aquela noticia. Eu me comportei como se eu não soubesse de nada e estivesse surpresa em saber do noivado. Eu lembro desse dia tão bem. Daidoji-sama me cumprimentou e foi embora tão celeremente quanto havia vindo, e eu não fiz nada, eu não o vi de novo até o dia do casamento. Eu só fiquei ali, com o mesmo sentimento estranho e solitário que tenho agora, tantos anos depois. Apesar da educada insatisfação que eu vi, eu não fiz nada...

Depois do casamento Daidoji-sama sempre foi gentil comigo, e todas as palavras eram verdade, Daidoji-sama foi um bushi corajoso, um samurai honrado, um bom marido e pai. Dividiu comigo alguns momentos felizes e suas melodias, eu sou muito grata por isso. Dividiu também perdas pesadas e momentos terríveis, e eu sou grata também, por Daidoji-sama ter estado lá. Eu sabia, desde o dia em Kyuden Seppun, que sempre haveria essa distância, por muitos anos ela me incomodou, e eu me esforcei e cada esforço meu provavelmente só fez Daidoji-sama ainda mais resoluto do espaço a ser preservado, desde os presentes até... todas as coisas...
Eu era feliz, mesmo com essa distância... Agora seus filhos estão crescidos, Aimi-san se tornou daimyo no meu lugar, ela é talentosa, sagaz e cortes, tem a admiração da família sem perder o controle real, ela é melhor nisso do que eu mesma fui. Takehiro-san se tornou um ótimo shugenja, de coração pacifico mas muito hábil em entender as necessidades dos mundos físico e espiritual. Koemi-san segue os seus passos na escola Daidoji, com aptidão inigualável tanto no arco quanto na espada, tenho certeza que tanto o pai quanto o avó a veriam com muito orgulho. Chiyo-san estuda nos templos do Sol da Manhã, tem a mente afiada e mesmo tão jovem atrai o interesse da família Isawa. São bons filhos, cujo os caminhos começam a se separar do meu. 

A mão, que repetidamente foi ao rosto enquanto ela falava finalmente desiste de tentar conter as lagrimas. Ela leva a testa junto do chão algumas vezes durante o plangor, deixando finalmente escapar o pensamento que a perturbava desde o primeiro dia:

Eu sinto muito se eu fiquei no caminho da felicidade do Daidoji-sama nesses anos, eu sinto muito. Se eu fiz isso por favor me perdoe. Por favor me perdoe e aceite me encontrar quando for o meu momento de voltar para os ancestrais.

O vento frio acompanha o pranto gelando as lagrimas e forçando as mãos dela a deixarem o chão e voltarem para o rosto limpando as lágrimas frias, mais uma vez tinha vergonha, os anos que dividiram foram encurtados pelos inimigos do Império sem que ela pudesse fazer nada, sem que ela soubesse quanto mais havia sido sacrificado. Yukimi respira fundo, subitamente retomando a compostura, espeta os hashis no arroz diante da pedra e revive o momento das várias refeições silenciosas que dividiram, de alguma forma aquilo era menos solitário.
Depois de pouco mais de uma hora o incenso termina, as oferendas são cuidadosamente recolhidas e após um ultimo cumprimento ela se levanta, finalmente ergue os olhos para a pedra, vendo entalhado ali "Asahina no Daidoji Yori" ao lado do seu próprio nome, em intensas letras vermelhas "Asahina Yukimi".

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Twisted Fates - Sessão 3

Parece providencial, ou de alguma forma encomendado. Doji Tsukihi, o atual Campeão Esmeralda prepara-se para deixar o cargo. Uma de suas ultimas medidas é uma viagem pelo Império, durante a qual ele concende alguns convites para participar do próximo torneio pela posição de Campeão. O Doji é acompanhando por seguidores fieis e por aqueles que esperam a chance de ganhar um convite. A meses o Campeão deixou a capital, visitou as terras da Garça, depois do Caranguejo e agora ruma para norte através das terras do Escropião, em direção ao Leão. Depois de uma passagem por Kyuden Bayushi é esperado que ele se dirija a Beiden Pass, mas uma parada inesperada acontece um pouco mais a oeste, onde Tsuruchi secretamente consegue uma audiência com o Campeão.
Shosuro Daiki e Shosuro Midori chegam a tempo de ouvir parte da história que o Tsuruchi conta ao Doji, sobre o grande sofrimento que lhe foi imposto tanto pelo Escorpião quanto pelo Leão, e sobre seu desejo de manter sua terra natal, enquanto a história é contada os reforços do Leão se aproximam com intuito de retomar Ashinagabashi, mas o Doji manda ordem para que o Leão pare e envie diplomatas, enquanto esses são aguardados o Campeão Esmeralda ouve os poucos samurais presentes.

Shosuro Midori fala da importância de restaurar o lar a um homem, e de como isso é superior as necessidades de um clã, impressionando o Campeão com uma compaixão que ele nunca esperou ver no Escorpião.

Shosuro Daiki enfatiza que Tsuruchi não consta nem nos ranks do Leão, nem do Escorpião, que o que ele chaam de familia não passa de um bando de bandidos indignos de terras. Os modos enérgicos do Escorpião parecem aborrecer o já idoso Campeão Esmeralda, que faz com que o Shosuro seja retirado e o assunto tenso é evitado pelo resto da noite.

Ali mesmo, aos pés do castelo recém queimado, inóspito a qualquer visitante Doji Tsukihi prepara seu acampamento e no dia seguinte pacientemente ouve a cada um que se dispõe a lhe oferecer conselho sobre essa situação. Cortesões do Leão vieram rapidamente, assim como do Escorpião, o Mantis Josuke espera uma chance se falar com o Campeão, assim como o próprio Tsuruchi pretende reiterar seu pedido de reconhecimento e posse de terras. Uma cortesã da Garça também tem algumas propostas, e grandes rivais dividem a sombra do castelo aguardando a deliberação de um Campeão que sabidamente é antagônico tanto ao Escorpião quando ao Leão.

Josuke busca anexar a 'familia' Tsuruchi aos ranks do Mantis, um clã obviamente poderia dar proteção a nova família. Tsuruchi é relutante sobre essa proposta, tendo ambições maiores e aspirando não só sua própria família como também um próprio clã menor.
Começam a corres os boatos de que o orfão estaria disposto a tudo para alcançar seus interesses, e a proposta de Josuke parece, ao menso parcialmente, soar bem aos ouvidos da cortesã da Garça.

Se aproveitando da indisposição momentânea Shosuro Daiki se posiciona tomando em mãos uma das características flexas tsuruchi, não muito depois Doji Keiko é alvo de uma flechada que quase seifou-lhe a vida, evidentemente vinda do Tsuruchi e seus asseclas. O ataque desnecessário, o derramamento de sangue inocente (e talvez o distante parentesco entre os Doji) enfurecem o Campeão Esmeralda que julga Tsuruchi indigno de liderar uma família, seu pedido é recusado e ele é condenado a viver seus dias entre os ranks dos heimins.

Ashinagabashi se torna território Imperial, a ser controlado pelos magistrados Esmeralda, deixando tanto o Leão quando o Escorpião derrotados em seu propósito de tomar o castelo, mas a família Tsuruchi jamais virá a existir.

Thanks for playing guys. Parece que alguns destinos já começam a ser torcidos. ^_-


domingo, 4 de outubro de 2015

Heimin, Hinin e Etas

A população de Rokugan:

Samurais não são maioria em Rokugan, eles tem um papel importante na sociedade e na Ordem Celestial mas estão longe de ser a casta mais numerosa. Quando os filhos de Amaterasu e Onnotangu caíram no Ningen-do os mortais já habitavam esse mundo. Enquanto alguns fugiram dos domínios dos kamis, fundando tribos como os yobanjin.
Os que ficaram e se submeteram à vontade dos kamis e de seus descendentes se tornaram heimins, hinins e etas, e são a maior parte da população do império.

"Heimin" é uma palavra original da língua japonesa, cujo o plural também é heimin. Eles são os trabalhadores, camponeses e comerciantes do Japão feudal, são homens livres. Essa é possivelmente a terminologia menos inalterada ao longo da história do Japão, as demais classes tiveram diversos nomes e divisões ao longo do tempo (KazokuShizoku, Kuge, etc) mas o conceito de heimin, e a palavra heimin, se mantiveram pouco alterados. A palavra também é frequentemente traduzida como "meio-pessoa".

Os heimin  são os plebeus de Rokugan, os homens e mulheres do povo, trabalhadores, camponeses, artesãos* e comerciantes. São a classe que tem a capacidade de produção e são também administradores dos meios de produção. Os plantadores de arroz são considerados os melhores dentre eles, apesar da vida difícil que levam., mas seu trabalho em prover alimento, tão essencial a vida,  costuma ser reconhecido. Se existe uma sub divisão na casta heimin o camponês ocupa o topo. Em seguida vem o artesão, que produz aquilo que é necessário, ferramentas e utensílios. E por ultimo o mercador, que não tem capacidade produtiva.

Os hinin são os "não-pessoa", eles se dedicam a trabalhos não produtivos, servem aos heimin, são bandidos, charlatões, artistas (como atores, ou músicos, mas não pintores ou escultores, artistas cuja a arte não gera um produto), acompanhantes, como geishas ou prostitutas, cabem nessa classe.

Um sub-grupo especialmente baixo dos hinin é composto de etas. Os etas vivem em uma situação próxima a de escravos, eles são os impuros, pessoas que exercem trabalhos relacionados ao manuseio de corpos ou sangue. Açougueiros, trabalhadores do curtume, agentes funerários, executores, limpadores de fossa.

Eu particularmente coloco os serviçais domésticos dos samurais como heimin, mas pela classificação sugerida nos livros eles seriam hinins. São as pessoas que limpam a casa do samurai, preparam a refeição, olham os filhos na ausência dos pais. São servos muito próximos a casta samurai e em geral devem ser educados para lidar adequadamente com essa proximidade. Se o servo de um samurai insulta uma visita isso mostra a inabilidade daquele samurai de educar e controlar seus servos.

Evidentemente que alguns clãs são mais próximos desses heimins que outros, e alguns são mais dependentes deles que outros.

A maioria dos heimins não sabe ler ou escrever, a menos que isso seja intrínseco da função que exercem. Mesmo as geishas nem sempre sabem ler, as poesias são recitadas para elas por um tutor e elas devem memoriza-las. Ainda que algumas geishas saibam de fato ler um hinin letrado é algo raro. E um eta letrado só pode ser um ninja (mas ninjas não existem).

O samurai é, supostamente, responsável por proteger e instruir as castas inferiores. Eles podem facilmente atuar como juízes e executores de quais quer causas que envolvam as castas inferiores. mas cabe lembrar que os heimins, os produtores, são homens livres. Se um samurais lhes causa terror é bem possível que esse samurai acorde para encontrar terras abandonadas pelos trabalhadores, que fogem para uma vida que lhes seja menos hostil. Os clãs se preocupam em manter uma administração que não afugente toda a força de trabalho disponível, embora também não convenha atrair mais que o necessário.
Etas e hinins circulando sem a presença de um heimin ou samurai podem encontrar dificuldades em cruzar fronteiras ou se estabelecer em outros territórios, embora eles não sejam proibidos de partir de suas terras de origem e bem difícil serem recebidos em outros locais. E como os heimin podem, supostamente, exercer alguma autoridade sobre eles hinins e etas são especialmente cautelosos, não vale a pena deixar um "patrão" ruim para ser obrigado a trabalhar para outro pior.

Com isso em mente não é de se surpreender que os heimin se adequem a viver em harmonia com o clã para qual trabalham mais diretamente. Os heimin do Escorpião são cautelosos nas informações que passam a estrangeiros e bastante observadores, na expectativa de serem uteis ao Escorpião. Os heimin da Garça são educados, servis, corteses, a exemplo dos samurais que seguem. Os heimin do Dragão são especialmente atentos a Ordem Celestial enquanto os do Leão tem as maiores chances de se inspirarem pela honra e assim por diante.